Aécio na mira de duas investigações
Aécio é acusado de ter “maquiado” dados enviados à chamada CPI dos Correios
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes autorizou na segunda-feira a abertura de um inquérito pela Procuradoria-Geral para investigar o senador e presidente do PSDB Aécio Neves.
Também serão investigados o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), e o ex-senador Clésio Andrade (PSDB-MG).
A BBC Brasil explica o caso:
1) Por que Aécio está sendo investigado?
A suspeita é de que Aécio tenha atuado para “maquiar” dados enviados à chamada CPI dos Correios e esconder a relação entre o Banco Rural e o esquema conhecido como “mensalão mineiro” ou “mensalão tucano”.
A CPI dos Correios foi uma comissão de inquérito parlamentar mista instaurada em maio de 2005 para investigar denúncias de corrupção em estatais, em particular nos Correios. A CPI era presidida pelo então senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS). No âmbito de suas investigações, surgiram denúncias que acaram levando à investigação de outro escândalo, o do mensalão.
À época da CPI dos Correios, entre 2005 e 2006, Aécio era governador de Minas Gerais. Ao justificar a decisão de investigá-lo, o ministro do STF Gilmar Mendes diz que “suas condutas foram classificadas pelo Ministério Público como potencialmente configuradoras de crimes de gestão fraudulenta de instituição financeira e falsidade ideológica praticada por funcionário público, além de crimes contra a administração pública e lavagem de dinheiro”.
2) O que foi o “mensalão mineiro”?
De acordo com o Ministério Público Federal, o mensalão mineiro foi um esquema de desvio de dinheiro de empresas públicas para financiar a campanha de reeleição do então governador de Minas, Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998.
Esse esquema é visto pelo MPF como “origem e laboratório” do mensalão petista, que começou a ser investigado pela CPI dos Correios.
O esquema em Minas envolve alguns dos principais personagens do mensalão petista, como o publicitário Marcos Valério, e teria usado mecanismos semelhantes para desviar dinheiro e ocultar sua origem ilícita.
No mensalão tucano, porém, não há indícios de compra de apoio parlamentar – como ocorreu no caso do PT.
Fonte: UOL
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