Policial
Ao menos 60 mortos após guerra entre facções em presídio de Manaus

Após 17 horas de rebelião no Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), em Manaus, a Secretaria de Segurança Pública informou que entrou no presídio às 7h (9h no horário de Brasília) desta segunda-feira (2). Segundo o secretário de segurança pública do Estado, Sérgio Fontes, ao menos 60 detentos foram mortos. Além da rebelião, 87 presos fugiram de outra unidade prisional horas antes. O número de mortos ainda não é definitivo porque a revista no Compaj não foi concluída e, no final da tarde desta segunda-feira, informações mais precisas serão divulgadas.
Fontes atribuiu o problema a uma guerra entre facções rivais pelo controle de tráfico de entorpecentes em Manaus. A facção conhecida como FDN (Família do Norte) teria atacado membros do PCC (Primeiro Comando da Capital). Segundo informações da Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária), o regime fechado do Compaj tem capacidade para 454 presos e abrigava 1.224. Um excedente de 770 presos. O complexo está localizado no km 8 da BR-174, na capital do Amazonas.
“Na negociação, os presos exigiram praticamente nada. Apenas que não houvesse excessos na entrada da PM, coisas que não iriam ocorrer mesmo. O que acreditamos é que eles já haviam feito o que queriam, que era matar essa quantidade de membros da organização rival e a garantia que não seriam agredidos pela polícia. A FDN massacrou os supostos integrantes do PCC e outros supostos desafetos que tinham naquele momento. Não houve contrapartida da outra facção”, declarou o secretário.
Ele afirmou que o episódio é mais um capítulo do problema que é nacional e deve ser enfrentado pelo governo federal em apoio aos Estados que vem registrando esse tipo de rebelião. “Infelizmente, isso não é só nosso. Talvez um número um pouco maior que nos outros Estados. Mas ocorreu recentemente em outros presídios do Acre, Rondônia, Roraima e Estados do nordeste. Exige uma medida de caráter nacional. Para tratar juntos desse problema”. Ainda segundo Fontes, o governador do Amazonas, José Melo (Pros), conversou por telefone com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes.