Auditores-fiscais do Ministério do Trabalho resgataram dois homens em situação análoga à escravidão na cidade de Feira de Santana, a cerca de 100 quilômetros de Salvador. A ação aconteceu na última quinta-feira (18), mas só foi divulgada até a última segunda-feira (22).
Segundo informações do Ministério do Trabalho, os homens trabalhavam como gesseiros e estavam em um alojamento precário, localizado no bairro de Lagoa Salgada, com alimentação insuficiente, péssimas condições sanitárias e não recebiam pagamento pelo serviço prestado.
De acordo com as vítimas, os dois foram contratados para fazer o serviço em diversas obras e que, apesar das carteiras de trabalho terem sido solicitadas, não recebiam os salários de forma regular.
Um dos homens informou que recebiam R$ 50 por dia, “quando tinha serviço”, do suposto empregador. Os trabalhadores também não tinham instalações sanitárias adequadas e, por isso, enterravam as necessidades no solo.
A água utilizada pela dupla ficava armazenada em um tonel que foi utilizado para guardar gesso. Os alimentos ficavam em caixas de papelão e a comida era prepara em fogueiras. Os aparelhos celulares eram carregados com uma ligação elétrica clandestina, com riscos de incêndio e choque elétrico.
A assistência social de Feira de Santana atende os trabalhadores, que vão receber parcelas do seguro-desemprego especial para vítimas de trabalho escravo. O MPT deve adotar medidas para que os homens recebam o pagamento e valores de indenização, caso o empregador não cumpra os compromissos trabalhistas.
(Varela Net).
