Na 13ª posição, Brasil tem melhor desempenho na história dos Jogos Olímpicos.
Com grandes protagonistas, conquista também o recorde de ouros na competição
A Olimpíada em casa rendeu ao Brasil o seu melhor desempenho na história dos Jogos. A previsão de antes do início das competições não foi alcançada, mas os números máximos de medalhas e de ouros foram superados. Com sete medalhas douradas, seis de prata e seis de bronze, o top10 no quadro de medalhas não veio, mas a 13ª posição foi honrosa para o país-sede. O GloboEsporte.com, em resumo com fotos dos protagonistas e vídeos, relembra as conquistas adquiridas desde o dia 6 de agosto, primeiro de disputa após a cerimônia de abertura no Maracanã. Guarde este link!
FELIPE WU (TIRO ESPORTIVO)
PRATA (1º DIA) – “Vão lembrar do seis de agosto”, comemorou Felipe Wum, detentor da primeira medalha brasileira nos Jogos do Rio de Janeiro. O paulista de 24 anos chegou bem perto de conquistar o lugar mais alto do pódio, mas viu o vietnamita Xuan Vinh Hoang acertar tiro genial na decisão da competição da pistola de ar 10m no primeiro dia após a cerimônia de abertura. Desconhecido até este ano, Wu colocou seu nome na história ao fazer a medalha voltar a ganhar uma medalha após 96 anos. Na final em Deodoro, a torcida fez clima de futebol –o que pode até ter atrapalhado um pouco, de acordo com a namorada de Felipe, a também atiradora Rosane Budag.
RAFAELA SILVA (JUDÔ)
OURO (3º DIA) – A primeira brasileira a conseguir o lugar mais alto no pódio foi a carioca de 24 anos nascida e criada na Cidade de Deus. Rafaela contagiou a torcida na Arena Carioca 2, no Parque Olímpico. Na final do peso-leve (até 57kg), venceu por wazari a atleta da Mongólia Sumiya Dorjsuren, líder do ranking mundial, e conquistou a 20ª medalha do país na história do judô nos Jogos. As outras derrotadas foram Myriam Roper, da Alemanha (primeira fase), Jandi Kim, da Coreia do Sul (oitavas), Hedvig Karakas, da Hungria (quartas), e Corina Caprioriu, da Romênia (semi). Depois da glória, veio o desabafo ao lembrar de insultos racistas em Londres: “Não tem resposta, tem medalha”.
MAYRA AGUIAR (JUDÔ)
BRONZE (6º DIA) – Em repeteco do que havia feito em Londres 2012, a gaúcha de 25 anos subiu ao pódio na categoria meio-pesado (até 78kg). Cabeça de chave, teve determinação para superar as adversárias nas oitavas e nas quartas – Miranda Giambelli, da Austrália, e Laura Malzahn, da Alemanha –, mas parou na francesa Audrey Tcheumeo na semifinal que reeditou a decisão do Mundial de 2014, vencida por Mayra. Desta vez, uma punição acabou complicando a brasileira, que teve de lutar pelo bronze. Contra a cubana Yalenis Castillo, yuko feito logo no início e medalha garantida após os três minutos de luta. “Não consegui meu maior objetivo, mas dei a volta por cima”, disse a lutadora.
RAFAEL “BABY” SILVA (JUDÔ)
BRONZE (7º DIA) – Um dia depois de Mayra, o sul-mato-grossense de 29 anos foi outro a repetir a dose de Londres 2012: segundo bronze olímpico no peso pesado (+100kg). Baby teve boas vitórias nas duas primeiras lutas – Ramon Pileta, de Honduras, e Renat Saidov, da Rússia –, mas encontrou o favorito a ouro Teddy Riner em seguida e acabou caindo para a repescagem – o francês confirmou as expectativas e faturou o ouro. Depois disso, Rafael Silva bateu o holandês Roy Meyer e pegou o cansado Abdullo Tangriev, do Uzbequistão, na disputa pelo pódio. O triunfo veio com um yuko, e o brasileiro pôde comemorar o gosto da medalha lutando em casa.
DIEGO HYPÓLITO E ARTHUR NORY (GINÁSTICA ARTÍSTICA)
PRATA E BRONZE (9º DIA) –Uma dobradinha brasileira certamente inesquecível no solo. Diego se redimiu das quedas em Pequim e Londres e conquistou a medalha de prata, sua redenção nos Jogos aos 30 anos de idade (com nota 15,533). Nory, aos 22, entrou como franco-atirador e foi a surpresa da competição faturando o bronze (nota 15.433). Favoritos como Kohei Uchimura e Kenzo Shirai, do Japão, e Sam Mikluak e Jake Dalton, dos EUA, sucumbiram à pressão. O ouro ficou com o britânico Max Whitlock (nota 15,633) no pódio histórico para os dois paulistas, que garantiram pela primeira vez nos Jogos do Rio duas medalhas para o Brasil no mesmo dia.
POLIANA OKIMOTO (MARATONA AQUÁTICA)
BRONZE (10º DIA) – Primeira mulher brasileira medalhista em esportes aquáticos na história dos Jogos, a paulista de 33 anos perdeu o fôlego no final do percurso de 10km e chegou na quarta colocação, mas contou com a desclassificação da francesa Aurelie Muller para figurar no pódio. Muller foi flagrada pela arbitragem segurando a concorrente italiana Rachele Bruni na chegada e “entregou” o bronze de bandeja. Sharon van Rouwendaal, da Holanda, ficou com a medalha de ouro. “Na hora não acreditamos, demoramos para a ficha cair. Eu merecia essa medalha, eu a construí”, disse Poliana, que superou o trauma de Londres, quando desmaiou e abandonou a prova com hipotermia.
ARTHUR ZANETTI (GINÁSTICA ARTÍSTICA)
PRATA (10º DIA) – Campeão em Londres, o paulista de 26 anos voltou a fazer ótima apresentação nas argolas e novamente chegou ao pódio. Último a competir, Arthur, que garantiu não ter assistido aos adversários, entrou com missão complicada de bater a nota 16,000 do grego Eleftherios Petrounias. Não conseguiu, mas levou 15,766 e foi superior aos outros seis finalistas – o bronze ficou com o russo Denis Ablyazin, com 15,700. O segundo lugar, no entanto, não desanimou o ginasta, que comemorou o feito e garantiu que, assim como em 2012, vai tatuar a medalha no corpo: “A prata em casa é muito mais gostosa”, valorizou.
THIAGO BRAZ (SALTO COM VARA)
OURO (10º DIA) – Talvez a medalha brasileira que mais surpreendeu – de forma positiva, claro – os espectadores em toda a Olimpíada. O paulista de 22 anos chegou à final com a missão de bater o favorito Renaud Lavillenie, da França, e obteve êxito ao saltar 6,03m, marca que rendeu novo recorde olímpico, no Engenhão. Ao francês, que teve 5,98m como marca máxima, restaram a medalha de prata e algumasreclamações a respeito da torcida, que o vaiou durante a cerimônia de premiação. Sam Kendricks, dos Estados Unidos, saltou 5,85m, levou o bronze e foi quem completou o pódio.
ISAQUIAS QUEIROZ (CANOAGEM)
DUAS PRATAS (11º E 15º DIAS) E UM BRONZE (13º DIA) – Isaquias Queiroz, guarde esse o nome. O baiano é definitivamente o grande protagonista do Time Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Depois de conquistar duas pratas e um bronze, o atleta da canoagem se tornou o maior medalhista brasileiro em uma mesma edição das Olimpíadas. A primeira medalha, de prata, veio na prova do C1 1000m.Disputando a ponta com o alemão campeão olímpico e mundial Sebastian Brendel, Isaquias conseguiu manter o ritmo da largada e subiu no pódio com o segundo melhor tempo (3m58s529). O bronze veio em uma prova tensa no C1 200m. Após largar atrás, o brasileiro precisou se recuperar com persistência e muito fôlego. Quando seu nome apareceu no placar, foi só alívio. Do atleta e da torcida presente na Lagoa Rodrigo de Freitas. Sua última conquista foi no C2 1000m ao lado de outro brasileiro, Erlon de Souza.
ROBSON CONCEIÇÃO (BOXE)
OURO (11º DIA) – O primeiro ouro brasileiro na história do boxe olímpico foi do baiano de 27 anos, que dominou o francês Sofiane Oumiha e venceu por decisão unânime (3 a 0: 30-27, 29-28 e 29-28) na grande final da categoria leve (até 60kg), realizada no Riocentro. Até o topo do pódio, Robson passou por Anvar Yunusov, do Tajiquistão, Hurshid Tojibaev, do Uzbequistão, e Lazaro Alvarez, de Cuba – este último ficou com a medalha de bronze, assim como Otgondalai Dorjnyambuu, da Mongólia. Depois de insucessos em 2008 e 2012, enfim, o momento de glória chegou para o pugilista, que foi feirante e ajudante de pedreiro e começou a lutar para poder brigar na rua.
ÁGATHA E BÁRBARA (VÔLEI DE PRAIA)
PRATA (12º DIA) – A dupla fez ótima partida na semifinal e decretou a primeira derrota da veterana Kerri Walsh – ao lado de April Ross – em Olimpíadas após 26 jogos invicta. Mas na decisão, as alemãs Kira Walkenhorst e Laura Ludwig, que anteriormente despacharam as também brasileiras Larissa e Talita, foram superiores e venceram por 2 sets a 0 em Copacabana. Prata para Ágatha, paranaense de 33 anos, e Bárbara, fluminense de 29, que ao longo da competição venceram rivais da República Tcheca, Argentina, China e Rússia e perderam para espanholas na primeira fase.
MARTINE GRAEL E KAHENA KUNZE (VELA)
OURO (13º DIA) – A tradição da vela brasileira, esporte que mais rendeu medalhas de ouro ao país e segundo no número geral, foi mantida na Olimpíada realizada em casa. Martine, fluminense de 25 anos e filha do multicampeão Torben Grael, e Kahena, paulista também de 25 anos, seguiram a escrita de aparições em pódios que dura desde Atlanta 1996. Na Baía de Guanabara, a dupla foi vitoriosa em regata emocionante na categoria 49erFX, estreante em Jogos. Alex Maloney e Molly Meech, da Nova Zelândia, ficaram com a prata, e Jena Hansen e Katja Steen Salskov-iversen, da Dinamarca, com o bronze. “Esperamos estimular outras meninas”, disse Martine após a conquista.
ALISON E BRUNO SCHMIDT (VÔLEI DE PRAIA)
OURO (13º DIA) – Uma excelente exibição da dupla na final diante dos italianos Nicolai e Lupo assegurou o tão sonhado título na Arena em Copacabana. Alison, capixaba de 30 anos, faturou sua segunda medalha olímpica quatro anos depois da prata ao lado do “irmão mais velho” Emanuel em Londres, e Bruno, brasiliense de 29 anos, chegou ao lugar mais alto do pódio em sua primeira participação em Jogos. Na fase de grupos, os brasileiros perderam para dupla da Áustria, mas bateram canadenses e outra dupla italiana para avançarem na segunda posição. Até a decisão, passaram ainda por rivais de Espanha, Estados Unidos e Holanda. Após a conquista, muita emoção e méritos divididos pelos campeões.
ERLON DE SOUZA (CANOAGEM)
PRATA (15º DIA) – Ao lado de Isaquias Queiroz, Erlon conquistou sua primeira medalha olímpica. Na prova C2 1000m,faltou pouco para a dupla não subir no lugar mais alto do pódio. Os dois largaram na frente e ficaram na dianteira durante quase todo percurso. Foi nos metros finais que o alemão Sebastian Brendel e o compenhairo Jan Vandrey avançaram e tomaram o ouro dos brasileiros. Apesar de não terem vencido, a medalha de prata foi muito comemorada. A parceria vitoriosa da canoagem de velocidade saiu do Rio de Contas e sob o comando do técnico Jesús Morlán, a dupla entra para história da modalidade na Rio 2016.
FUTEBOL MASCULINO
OURO (15º DIA) – Enfim, o tão sonhado ouro no esporte pentacampeão mundial saiu.Comandada por Rogério Micale, a seleção brasileira espantou o fantasma alemão e venceu nos pênaltis a final no Maracanã após empate em 1 a 1 – Neymar fez o gol no tempo normal e converteu o pênalti decisivo após defesa de Weverton em cobrança de Petersen. Na campanha que começou com desconfiança após dois empates sem gols com África do Sul e Iraque, o time deu a volta por cima e passou sem grandes sustos por Dinamarca, Colômbia e Honduras até chegar ao jogo decisivo contra a Alemanha. Confira abaixo as informações básicas de todos os medalhistas.
Goleiros: Weverton (acreano, 28 anos) e Uilson (mineiro, 22)
Laterais: Zeca (paranaense, 22), William (gaúcho, 21) e Douglas Santos (paraibano, 22)
Zagueiros: Marquinhos (paulista, 22), Rodrigo Caio (paulista, 22) e Luan Garcia (capixaba, 23)
Volantes: Walace (baiano, 21), Rodrigo Dourado (gaúcho, 22) e Thiago Maia (roraimense, 19)
Meias: Renato Augusto (fluminense, 28), Rafinha Alcântara (paulista, 23) e Felipe Anderson (brasiliense, 23)
Atacantes: Neymar (paulista, 24), Gabriel (paulista, 19), Gabriel Jesus (paulista, 19) e Luan (paulista, 23)
MAICON SIQUEIRA (TAEKWONDO)
BRONZE (15º DIA) – Considerado uma das promessas do taekwondo, Maicon Siqueira escreveu seu nome na história da modalidade. Depois de uma virada dramática, o brasileiro venceu o britânico Mahama Cho e conquistou a medalha de bronze na categoria acima de 80kg. Antes do atleta de Ribeirão das Neves (MG), Natália Falavigna era até então, a única detentora de uma medalha olímpica na história do esporte pelo Brasil – um bronze conquistado há oito anos, em Pequim. Caçula da família, Maicon trabalhou como assistente de pedreiro e fez “bico” como garçom antes de se dedicar exclusivamente ao esporte. Na Rio 2016, o atleta de 23 anos chegou a perder nas quartas de final, mas venceu na repescagem e ganhou novamente a chance de disputar uma medalha. Cumpriu com êxito o seu objetivo e se tornou o mais novo medalhista da modalidade.
VÔLEI MASCULINO
OURO (16º DIA) – Vôlei brasileiro e medalha viraram sinônimos quando o assunto é Olimpíada. No Rio de Janeiro, o time comandado por Bernardinho chegou a sua quarta final consecutiva – a sexta na história – e reeditou a decisão do ouro de Atenas 2004 contra a Itália querendo espantar os dois últimos vices na competição. Conseguiu. Depois de uma primeira fase que virou drama no último jogo contra a França – o Brasil venceu os primeiros jogos, contra Canadá e México, mas perdeu os dois seguintes, para Estados Unidos e Itália –, a seleção passou pela Argentina nas quartas e pela Rússia, algoz na final de 2012, na semifinal. Contra os italianos na decisão, triunfo por 3 a 0 em um grande jogo. Confira as informações dos campeões:
Levantadores: Bruninho (fluminense, 30 anos) e William (paulista, 37)
Ponteiros: Lucarelli (mineiro, 24), Maurício Borges (alagoano, 27), Lipe (paranaense, 32) e Douglas Souza (paulista, 20)
Opostos: Wallace (paulista, 29) e Evandro (paulista, 34)
Centrais: Lucão (gaúcho, 30), Maurício Souza (mineiro, 27) e Éder (gaúcho, 32)
Líbero: Serginho (paranaense, 40)
Fonte: Globo Esporte