Após seis anos, sete meses e dezessete dias do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, o 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro condenou os responsáveis pelo crime. Ronnie Lessa, ex-policial militar e autor dos disparos, foi sentenciado a 78 anos e 9 meses de prisão, enquanto seu comparsa Élcio Queiroz, que dirigiu o carro usado no atentado, recebeu uma pena de 59 anos e 8 meses. Ambos firmaram acordos de delação premiada, o que pode reduzir suas penas.
Durante a leitura da sentença, a juíza Lúcia Glioche comentou sobre a lentidão e a complexidade da Justiça, mas enfatizou que ela sempre chega para aqueles que acreditam estar acima dela. “A Justiça por vezes é lenta, é cega, é burra, é injusta, é errada, é torta, mas ela chega. A Justiça chega para aqueles que como os acusados acham que jamais serão atingidos pela Justiça”, disse a juíza Lúcia Glioche na leitura da setença”, disse ela.
Os dois réus foram condenados por duplo homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves, que sobreviveu ao ataque, e receptação do veículo utilizado. Apesar das longas penas, a delação pode permitir que Queiroz cumpra apenas 12 anos e Lessa 18 anos, começando a contagem a partir de suas prisões em março de 2019. Ambos já foram transferidos para penitenciárias estaduais e podem ter suas penas anuladas se mentiras forem comprovadas nas delações.
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